O Futuro dos Pagamentos Instantâneos na América Latina

           
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Pagamentos Instantâneos

Pagamentos instantâneos na América Latina: inclusão e segurança

Pix, CoDi e Bre-B estão acelerando inovação, segurança e acesso bancário em tempo real. Descubra como essa revolução digital está impactando milhões de pessoas. 

Pagamentos instantâneos impulsionam inclusão e inovação na América Latina

Os pagamentos em tempo real estão revolucionando a forma como pessoas e empresas realizam transações na América Latina. Ao enfrentar desafios persistentes como a exclusão financeira, as altas taxas de remessa e dependência do dinheiro em espécie, governos e instituições financeiras estão promovendo maior inclusão econômica e abrindo novas oportunidades de crescimento em toda a região.

Esses sistemas agora impulsionam a confiança digital, expandem a participação econômica e fomentam a inovação financeira. O Pix do Brasil lidera esse movimento, enquanto o Cobro Digital (CoDi), do México, e o emergente Bre-B, da Colômbia, seguem como outros protagonistas de uma revolução nos pagamentos impulsionada pelo contexto local, pela liderança regulatória e pela adesão crescente dos usuários.

Pix do Brasil: referência para a região

Lançado pelo Banco Central em 2020, o Pix se consolidou como um dos sistemas de pagamento instantâneo mais bem-sucedidos do mundo. Com mais de 175 milhões de usuários, o Pix expandiu significativamente o acesso financeiro no Brasil, viabilizando transferências gratuitas, instantâneas e disponíveis 24/7, por meio de chaves como números de CPF, endereços de e-mail, números de telefone ou QR code.

O sucesso do Pix combina visão regulatória, infraestrutura tecnológica robusta e uma experiência de usuário fluida. O Banco Central adotou uma abordagem inclusiva, integrada à identidade digital, o que impulsionou sua adoção em massa. Desde então, o Pix adicionou recursos como o Pix Saque e Pix Troco, que permite saques em dinheiro em estabelecimentos comerciais, e o Pix Automático, que facilita pagamentos recorrentes. O sistema também está explorando ativamente a interoperabilidade internacional e soluções de pagamento offline.

Com a rápida expansão do Pix, surgiram também novos alvos para fraudadores — como fraudes de identidade sintética e o modelo de “fraude como serviço”.  Em resposta, o Banco Central do Brasil publicou a Resolução 6 no final de 2023, que exige que as instituições financeiras compartilhem dados e aprimorem a detecção de comportamentos de alto risco. Embora essa iniciativa regulatória seja essencial, ela deve ser apoiada por modelos proativos projetados para identificar tendências de atividade de mulas antes que a fraude ocorra.

Desde então, o Banco Central introduziu novos mecanismos para combater fraudes. No final de 2024, o Banco Central impôs novos limites de transações em dispositivos desconhecidos por meio da Resolução 403, dando um passo significativo para proteger os cidadãos.

Em março, a autoridade monetária aprimorou esses mecanismos com a Resolução 457, que
que determina a exclusão de chaves Pix de pessoas e empresas com situação irregular na Receita Federal. Além disso, foi introduzido o autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED) por meio do aplicativo do banco. A iniciativa permite que os usuários simplifiquem o processo de contestação de transações do Pix em casos de fraudes, golpes ou crimes financeiros.

Soluções de inteligência comportamental e de rede, juntamente com a pontuação dinâmica de risco, agora desempenham um papel essencial na previsão e prevenção de fraudes, em vez de apenas responder a incidentes. À medida que o Pix amplia suas capacidades e alcance, buscar um equilíbrio cuidadoso entre uma experiência do usuário fluida e uma prevenção robusta contra fraudes continuará sendo fundamental para manter a confiança no sistema.

CoDi do México: um processo mais lento

O CoDi do México adota um objetivo semelhante de inclusão financeira em tempo real, mas com uma abordagem diferente. Construído com base na infraestrutura do Sistema de Pagamentos Eletrônicos Interbancário (SPEI) existente no país e liderado pelo Banco do México, o CoDi permite pagamentos por QR Code e NFC. Diferente do Pix, o CoDi depende da adoção voluntária impulsionada pelos bancos e é focado na integração de comerciantes.

Consumidores e comerciantes adotaram o CoDi em um ritmo mais lento, com o uso permanecendo em níveis moderados. Experiências fragmentadas para o usuário, suporte bancário desigual e incentivos limitados desaceleraram seu crescimento. No entanto, o CoDi serve como uma base vital para os esforços de digitalização do México, oferecendo um potencial significativo de expansão à medida que o ecossistema alcança maior alinhamento.

Bre-B da Colômbia: construindo interoperabilidade

A Colômbia lançou o Bre-B (Billetera de Regulación Especial - Banco de la República) como o mais recente esforço da região para promover pagamentos em tempo real. Atualmente em desenvolvimento, o Bre-B busca estabelecer uma troca de pagamento centralizada e interoperável, projetada para conectar bancos, carteiras e fintechs de forma integrada.

Liderado pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco de la República, juntamente com a ACH Colômbia e outros stakeholders, o Bre-B visa unificar o fragmentado ecossistema de pagamentos. A iniciativa visa reduzir os custos de transferência, aumentar a confiança e a eficiência em um sistema onde a falta de interoperabilidade entre os principais participantes tem criado desafios. A implementação em fases está prevista para ocorrer entre 2024 e 2025.

Comparando Pix, CoDi e Bre-B: principais diferenças

Cada sistema reflete o contexto político, regulatório e financeiro único de cada país:

matriz de comparação de sistemas de pagamento

O caminho à frente: interoperabilidade, inclusão e confiança

O Brasil lidera, mas o futuro dos pagamentos instantâneos na América Latina surgirá de modelos diversos. A região prioriza a interoperabilidade, a prevenção de fraudes e a integração perfeita com identidade digital e ecossistemas financeiros abertos.

O Pix está promovendo projetos-piloto transfronteiriços, enquanto iniciativas lideradas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) impulsionam a integração regional. À medida que as carteiras digitais se expandem, sistemas emergentes como o Bre-B ressaltam a importância de uma infraestrutura unificada para evitar a fragmentação e assegurar escala. Com ameaças como deepfakes, fraudes de conta e identidades sintéticas, a confiança no sistema será um diferencial competitivo e uma necessidade regulatória.

Impacto real em tempo real

Os pagamentos instantâneos transcendem a conveniência, servindo como instrumentos de empoderamento econômico na América Latina. Por meio de iniciativas como o Pix no Brasil, a infraestrutura em evolução do CoDi e o mecanismo de interoperabilidade do Bre-B, a região está moldando um ambiente dinâmico e em rápida evolução para inclusão e inovação financeiras.

Um relatório endossado pelo Centre for Economics and Business Research (Cebr) destaca o potencial do Pix para promover a inclusão financeira no Brasil. Até 2028, o Pix poderá adicionar 2,8 milhões de novos correntistas, criando oportunidades para instituições financeiras gerarem aproximadamente R$ 51 bilhões (US$ 8,9 bilhões) em receitas adicionais.

O desafio agora é escalar esse avanço de forma segura, inclusiva e sustentável, mantendo o usuário, e sua confiança, no centro da experiência.

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